terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vitória de Dilma obriga oposição a pensar em renovação

A vitória de Dilma Rousseff obriga a oposição a se renovar e mudar sua estratégia para voltar a conquistar um eleitorado que se distanciou nas três últimas disputas presidenciais.

O PSDB, principal partido da oposição, começa a pensar, a partir desta segunda-feira, em que caminho seguir para voltar ao topo do Poder, de onde está afastado desde 2002 quando sofreu sua primeira derrota na corrida presidencial, seguida pela de 2006 e a deste domingo.

O presidente do PSDB, Sergio Guerra, insinuou que o partido não deve deixar para o último momento a escolha do candidato à Presidência, como ocorreu desta vez com José Serra, derrotado neste domingo por Dilma, e sugeriu que seja definido em 2012 o nome do aspirante ao pleito de 2014.

"Os partidos de nossa aliança tiveram erros e acertos. Isso tem que ser visto com calma e tranquilidade para que, no futuro, daqui a dois anos, tenhamos um candidato do nosso conjunto no Poder", declarou Guerra a jornalistas.

Para muitos analistas, esse candidato já tem nome: o senador eleito Aécio Neves. Ex-governador de Minas Gerais, o neto de Tancredo Neves é uma figura ascendente na política nacional e deve ser a grande referência do PSDB nos próximos anos, além de, possivelmente, o principal líder da oposição no Senado.

Aécio, de 50 anos, deve assumir a liderança do PSDB independente de como for assimilada a derrota de Serra.

O ex-governador não aceitou ser companheiro de chapa de Serra nestas eleições e alguns membros de seu partido lhe atribuem parte da culpa pela derrota já que, em Minas Gerais, estado onde no dia 3 de outubro ganhou as eleições para governador e senador, o PSDB perdeu por 16,9 pontos para Dilma, do PT.

Se por um lado Aécio desponta como o líder que o PSDB precisa para as eleições de 2014, por outro, Serra vive um momento difícil, já que aos 68 anos e com duas derrotas presidenciais nas costas, dificilmente irá se candidatar pela terceira vez.

Em mensagem enviada hoje a seus seguidores pelo Twitter, Serra reiterou o que disse no discurso da noite deste domingo, quando admitiu a derrota: pretende seguir na política, mas tem dúvida sobre qual cargo se candidatará no futuro.

A possibilidade mais imediata seria tentar a Prefeitura de São Paulo, em 2012.

"Por isso, disse ontem e repito aqui: minha mensagem de despedida não é um adeus, mas um até logo. A luta continua, Viva o Brasil", escreveu hoje em seu Twitter.

Além da escolha de um novo líder, o PSDB se vê obrigado a mudar sua estratégia perante um eleitorado do qual está "divorciado" em nível nacional desde 2002, quando Lula e o PT ganharam sua primeira eleição presidencial, e a buscar, novamente, um espaço no cenário político.

"O PSDB não tem como ser um partido de esquerda porque o cenário da esquerda está ocupado pelo PT", disse à Agência Efe o analista político Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise e da Ipsos Public Affairs, e autor do livro "A cabeça do eleitor".

Segundo Almeida, após oito anos de Governo, "Lula segue em lua-de-mel com o eleitorado" e será difícil sair desse "lugar cativo", como demonstra a eleição ontem de Dilma, sua apadrinhada, com 56,05% dos votos.

Em nível regional, no entanto, o PSDB mantém uma forte presença. Nas eleições de outubro foi o partido que elegeu mais governadores, ao vencer em oito dos 27 estados brasileiros.

Fonte:
Yahoo! Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário