quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mortos na região serrana do Rio passam de 360

Os mortos pelas chuvas que devastaram a região serrana do Rio de Janeiro na quarta-feira subiram para 362, e autoridades acreditam que o número possa ser ainda maior, pois equipes de resgate não conseguiam chegar a áreas afetadas após deslizamentos de terra bloquearem acessos, especialmente nos bairros mais afastados de Teresópolis.

  • Veja as imagens do desastre




  • A cidade mais afetada pela chuva até o momento foi Nova Friburgo, com 168 mortes, seguida por Teresópolis com 158 e Petrópolis com 36. O número de desabrigados e desalojados passa de 3.500 na região.
    "Algumas estradas estão sem condições de passar carro", disse Gilberto Júnior, porta-voz da prefeitura de Teresópolis. "A informação que a gente tem é que algumas vítimas ainda estão nessas regiões", acrescentou.
    Além das dificuldades de acesso dentro de Teresópolis, as chuvas também dificultavam os contatos por telefone com a cidade de Nova Friburgo, a mais afetada pelas chuvas. Nesta manhã, não chovia na região mas o céu mostrava nuvens carregadas.
    O prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi, informou nesta manhã que a assistência a moradores de comunidades pequenas do Vale do Cuiabá, ponto muito castigado pelos temporais, está sendo feita pelo meio da mata nesta manhã, por conta da dificuldade de acesso às residências. Ele disse que mais de 1,5 mil casas foram destruídas no município.
    Em Teresópolis, a cena de devastação era constatada em todos os pontos da cidade. Um trecho da avenida principal, em frente à delegacia, foi fechado e dezenas de corpos estavam estendidos pela calçada.
    "Os corpos estavam lá, porque no necrotério não havia mais espaço", contou por telefone à Reuters o morador e motorista de táxi Vinícius Bittencourt. Segundo ele, uma igreja passou a ser usada para abrigar os mortos.
    A presidente Dilma Rousseff sobrevoará a região serrana do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, na companhia do governador do Estado, Sérgio Cabral, e dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Nelson Jobim (Defesa). Na quarta-feira Dilma assinou medida provisória liberando 780 milhões de reais para a reconstrução das cidades atingidas.
    Jobim anunciou na quarta que determinou o envio de um hospital de campanha da Marinha para a região serrana do Rio de Janeiro, o equipamento deve chegar na sexta-feira. Helicópteros da Marinha também ajudarão nos esforços de resgate.
    Além disso, o Ministério da Saúde enviará 7 toneladas de medicamentos, o suficiente para atender 45 mil pessoas por um mês.
    Também acompanharão a presidente os ministros Luiz Sérgio (Relações Institucionais), Fernando Bezerra (Integração Nacional) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social). O general José Elito Siqueira, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, também estará presente.
    Ocupação irregular
    Cabral criticou "décadas de permissividade" com a ocupação de áreas irregulares e disse que, pela Constituição de 1988, o solo urbano é de responsabilidade das prefeituras.
    "Há um conceito de décadas de permissividade de ocupação de encostas, se houvesse um padrão rígido de ocupação, teríamos vítimas sim, porque o volume de chuva foi acima do normal, mas não podemos chegar a quase 500 mortos", disse o governador em entrevista à rádio CBN.
    As três cidades atingidas devem voltar a enfrentar pancadas de chuva nos próximos dias, segundo previsão do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
    Meteorologia prevê chuva forte
    A previsão para hoje é de chuva forte em grande parte das regiões Sudeste, Centro-Oeste e áreas do Norte. De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), deverá ocorrer chuva forte e alguns acumulados significativos em áreas de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, Goiás e também do Distrito Federal. No centro-sudoeste e sul de São Paulo, o dia será de sol com variação de nuvens e pancadas de chuva. A temperatura máxima prevista é de 32ºC no Rio de Janeiro.
    *Com informações da Reuters e Agência Estado

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