terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre a tragédia na região serrana do Rio de Janeiro

Para especialistas, falta de comunicação durante desastres é injustificável


O levantamento de dados pluviográficos da região nos últimos anos concluiu que o volume de água registrado na área no dia do desastre (12 de janeiro) foi o equivalente ao volume previsto para um mês na área. Não se via esse fenômeno há mais de 30 anos na parte serrana do estado. Diversas foram as causas trazidas pelos especialistas para justificar o ocorrido, e todas elas haviam sido percebidas e registradas antes mesmo da chuva começar. “O que aconteceu foi uma falta de comunicação imperdoável. A informação chegou à Secretaria de Saúde, mas não foi repassada à Defesa Civil”, explicou Valdo Marques, professor de meteorologia da Universidade Estadual Norte Fluminense (Uenf) no segundo dia do Fórum de debates sobre os desastres na região serrana, realizado no dia 17 de fevereiro na sede da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj).

O que ficou claro durante todo o debate foi o despreparo das cidades atingidas. Não haviam sistemas de alertas, pessoal capacitado para agir em situações de risco, rotas de fuga e locais protegidos e prontos para receber a população. “E não adianta as autoridades apenas instalarem sistemas de alerta se não haverá infraestrutura para auxiliar nas necessidades”, continuou o professor.

“Existem planos diretores dentro da ordem urbana, e nesses planos não se trabalha as especificidades do que necessita. Os planos devem espelhar as necessidades de cada cidade”, afirmou o professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Humberto Kzure-Cerqueira.

Para os estudantes de engenharia ambiental e arquitetura presentes ao evento, a oportunidade de analisar o que ocorreu foi muito importante. “É muito bom ver o debate das pessoas mais experientes. Os acidentes ambientais ocorridos são complexos e as soluções podem sair daqui”, explicou o estudante de Engenharia Ambiental Daniel Cruz, que cursa o sexto período na Faculdade do Centro Leste (UCL).


Fonte: Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado

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