terça-feira, 5 de abril de 2011

A experiência de Curitiba que pode dar certo em... Nova Iguaçu?

Conheça esse sistema que se implantado com certeza irá resolver os problemas de mobilidade em THE


Imagine esperar um minuto ou até menos por um ônibus; os coletivos não ficarem nas paradas aguardando os passageiros passarem na catraca e pagarem a passagem. Além disso, não enfrentar obstáculos na hora de subir e descer nos coletivos em Teresina. E o principal, não passar horas e horas dentro de ônibus por conta de um engarrafamento no horário de pico?! Pode parecer sonho e, talvez, até seja. Mas, se a capital do Piauí conseguir importar o modelo do transporte público implantado em Curitiba, todos esse benefícios serão transformado em realidade.
Na capital paranaense, o transporte coletivo recebeu cuidados que evitam o desperdício de tempo, algo essencial para quem depende do ônibus para se locomover, é um sistema simples e eficiente, sem mistérios. Conheça esse sistema que se implantado com certeza irá resolver os problemas de mobilidade em Teresina.
Em Curitiba passageiros não sofrem com congestionamentos
CURITIBA: A PIONEIRA NA CRIAÇÃO DO SISTEMA BRT
Na década de 70 a cidade de Curitiba estava no início de um processo de grande crescimento populacional e à época era preciso criar um sistema para dar mobilidade à população, e ao mesmo tempo, organizar o desenvolvimento urbano. Sem recurso para o investimento em um sistema de metrô, o ex-prefeito, Jaime Lerner, criou uma alternativa de baixo custo, mas de uma alta qualidade, o BRT ( Bus Rapid Transport). Um sistema de transporte que dá prioridade ao tráfego de ônibus por meio de corredores exclusivos, geralmente separados por fluxo normal barreiras físicas.
A idéia do BRT é reproduzir as principais características dos modernos sistemas de transporte sobre trilhos, de modo a proporcionar mobilidade urbana rápida,confortável e eficiente,mas a um custo de implantação muito menor: em torno de 04 e 20 vezes menos que um sistema de bondes ou de veículo leve sobre trilhos( VLT) e metrôs. O prazo para colocar o sistema para funcionar também é bem menor: de 24 a 36 meses.
O modelo de transporte público de Curitiba foi implantado em 80 países e deve ser implantado em dez das doze capitais onde ocorrerão os jogos da Copa do Mundo em 2014. Nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Natal, Fortaleza, Recife, Salvador, Cuiabá e Manaus, há projetos para a construção ou ampliação de sistema de BRTs.
DETALHES DO SUCESSO
A população curitibana também não enfrenta obstáculos na hora de subir nos coletivos. O embarque é em nível, ou seja, o degrau dos coletivos fica na mesma altura das plataformas das estações e dos terminais. Os ônibus que circulam nos eixos de transporte possuem plataformas acopladas que, no embarque e desembarque, são projetadas para fora, funcionando como uma ponte para a passagem dos usuários. Outro beneficio é ausência do cobrador dentro dos ônibus. Ele não fica no ônibus, mas nas estações-tubo. A catraca localiza-se na estação, onde a passagem é paga antecipadamente. Assim, o embarque não é comprometido pelas filas ou problemas no pagamento das tarifas.
A esquerda: Transporte público de Curitiba e a direita coletivo de Teresina
Mas a grande eficiência do sistema curitibano, que permitiu sua expansão para o mundo, é a prioridade que o transporte de massa possui no sistema viário. São 81 quilômetros de canaletas exclusivas que cortam a cidade de Norte a Sul, de Leste a Oeste, em seis eixos. Neles, os ônibus andam totalmente segregados dos carros. O transporte individual tem outras duas faixas, de cada um dos lados dos corredores, para circular. Em muitos pontos, uma das faixas é utilizada como estacionamento.
Outras qualidades do sistema de BRT, é o aumento da velocidade média e redução das emissões de gases poluentes no corredor e nas vias remanescentes; maior eficiência e menor ociosidade do sistema, o que reduz os custos, aumento da qualidade dos serviço, conforto, velocidade, já que até mesmo nos semáforos nos cruzamentos o transporte coletivo tem prioridade e não ficar parado esperando o sinal verde. Além da redução do uso de automóveis pela oferta de serviços de maior qualidade e pelo menor tempo de deslocamento comparado ao mesmo tempo gasto pelo veiculo individual em via não segregada e principalmente a diminuição dos acidentes de trânsito.
Na parte superior: Embarque de passageiros em Teresina e na parte inferior embarque em um BRT
PROJETO PARA TERESINA 
A cidade de Teresina ainda não possuir um projeto específico viabilizando o BRT, contudo, o Setut já sugeriu a implantação do sistema de integração das linhas de ônibus pelo plano diretor de transportes da cidade e pediu ajuda da bancada federal do Piauí para conseguir recursos que possam ser investidos em uma política de investimentos em infra-estrutura de transporte público por ônibus.
“ O SETUT está aguardando que sejam feitas a intervenções na cidade para a instalação do BRT. Quando as modificações na estrutura da cidade forem feitas começaremos a comprar nossos veículos com tecnologia avançada.Mas antes precisamos definir qual a parte pública e qual a privada para operação do sistema. Entendemos que veículos e operação sejam de responsabilidades das empresas de ônibus e as vias, terminais, estações, enfim toda a infra-estrutura, fiquem com o poder público”, disse Alberlan Sousa, vice-presidente do Setut.
Prefeito Elmano Férrer e Otaliba Líbano, buscam alternativas para diminuir as mortes no trânsito em Teresina
De acordo com o prefeito de Teresina, Elmano Férrer, “a prefeitura está fazendo a sua parte, para melhorar o trânsito em Teresina, até o final do ano, devemos estar construindo oito terminais de condução coletiva e três paradas centrais. Esses terminais serão instalados no balão da Avenida dos Expedicionários, Buenos Aires, Matadouro, Santa Isabel, Piçarreira, Dirceu, Bela Vista e Parque Piauí. Além disso, consta no Plano Diretor de Trânsito, a construção de corredores com faixas para coletivos. A cidade também vai passar por várias transformações estruturantes, como construção de pontes e viadutos, todas essas modificações serão feitas com recursos do PAC da Mobilidade”, disse o prefeito de Teresina, durante o lançamento do projeto 'Vidas no Trânsito” ocorrido no inicio do mês de março, no Palácio da Cidade. A solenidade contou com a presença do representante do Ministério da Saúde, Otaliba Líbano, do prefeito da cidade, Elmano Férrer, e da Superintendente da Strans, Auzenir Porto.
Atualmente na capital, já circulam 20 ônibus padronizados. De acordo com a Prefeitura, é o início do processo de integração do SITT (Sistema de Transporte de Teresina). A previsão é que em até cinco anos toda a frota estará padronizada para atender o Plano Diretor de Trânsito, sendo esta a primeira etapa do processo de integração do transporte coletivo.
Avenida Frei Serafim pode no futuro  sofre mudanças  com a  implantação do BRT 
PAC DE MOBILIDADE URBANA É A ESPERANÇA PARA IMPLANTAÇÃO DO BRT
Em fevereiro desse ano, o governo federal, lançou no Palácio do Planalto, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana, que reserva R$ 18 bilhões em investimentos em transporte público para os 24 municípios brasileiros com mais de 700 mil habitantes. A intenção do Governo Federal com esse programa é qualificar o sistema de mobilidade urbana, incentivar e apoiar sistemas de transporte público coletivo e integrar o transporte ao desenvolvimento urbano, ofertando transporte público eficiente e de qualidade nas cidades e regiões metropolitanas. O projeto deve ser inscrito no portal do Ministério das Cidades até o dia 3 de abril. 
Segundo João Alberto Cardoso, secretário municipal de Planejamento e Coordenação, Teresina é, inicialmente, a única cidade do Piauí que será beneficiada pelo PAC 2. O PAC Mobilidade destinará R$ 280 milhões para a melhoria da infraestrutura de transporte público coletivo em Teresina. "Só serão incluídas cidades com mais de 700 mil habitantes. O Plano Diretor de Transportes e Trânsito de Teresina, concluído em 2008 pela Prefeitura, foi adaptado aos padrões exigidos pela coordenação do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) para poder ser incluso”,disse o secretário.
O Ministério das Cidades recomendou que governos estaduais e prefeituras municipais trabalhassem juntos na elaboração dos projetos a serem apresentados e após muitas conversas, o governador Wilson Martins e o prefeito de Teresina, Elmano Férrer, chegaram em consenso. A cidade apresentará duas propostas. O governador Wilson Martins destacou a integração entre os dois projetos: um apresentado pela PMT e outro pelo Estado. “A equipe está buscando as opções mais viáveis para a capital. Essa é a oportunidade para uma mudança real no transporte da capital que influenciará no cotidiano da sociedade”.
O projeto do Governo será voltado exclusivamente para melhorias no metrô. A proposta será trabalhada em duas frentes: a ampliação da estrutura já existente do metrô e a aquisição de novos veículos. Atualmente o metrô de Teresina transporta 12 mil passageiros diários; após a duplicação dos trilhos, que possibilitará que vários veículos circulem simultaneamente, será possível transportar 50 mil passageiros.
Alberlan Sousa, vice-presidente do Setut, é otimista e acredita que transporte coletivo será mais eficiente 
“ Para implantar um corredor subterrâneo de 10 km de metrô, suficiente para o transporte diário de 150 mil pessoas, é necessário investimento de 201 milhões de reais e o tempo mínimo de implantação é dez anos. Enquanto que é possível fazer o mesmo percurso em corredores de BRTs com 11.1 milhões de reais e concluir a implantação em 2,5 anos, transportando uma quantidade maior de passageiros. O BRTs transporta por dia cerca de 260 mil passageiros. Por isso não consideramos um investimento adequado alocar os recursos do PAC na ampliação do metrô, mas como esse projeto será feito em parceria com governos, estamos confiante que a parte que cabe a prefeitura municipal será investido na construção das vias segregadas para coletivos nas principais nas principais avenidas da cidade, entre elas a Frei Serafim, responsável em coletar parte do fluxo de veículos na cidade”, disse Alberlan Sousa, vice-presidente do Setut.
SAIBA MAIS SOBRE O PAC DE MOBILIDADE URBANA 
Os municípios selecionados com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana,poderão apresentar projetos de criação de corredores de ônibus exclusivos, de implantação do sistema de Veículos Leves sobre Pneus (VLP/BRT), de trens urbanos, metrôs e Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). . O projeto deve ser inscrito no portal do Ministério das Cidades até o dia 3 de abril.


As prefeituras e governos estaduais deverão tomar o cuidado de seguir regras pré-estabelecidas no PAC da Mobilidade Urbana, como a garantia de sustentabilidade operacional dos sistemas, a compatibilidade entre a demanda e os modais propostos e a adequação às normas de acessibilidade. Terão prioridade os projetos que beneficiarem populações de baixa renda que estejam localizadas em áreas de situação fundiária regularizada.
Os municípios que participam do PAC da Mobilidade Urbana são Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Manaus, Belém, Goiânia, Guarulhos (SP), Campinas (SP), São Luís, Maceió, Teresina, Natal, Campo Grande, João Pessoa, São Gonçalo (RJ), Duque de Caxias (RJ), Nova Iguaçu (RJ) e São Bernardo do Campo (SP).


VEJA MAIS FOTOS DO BRT EM CURITIBA



Fonte: 180 Graus
''Que esse sistema seja implantado aqui em Nova Iguaçu. Os passageiros são tratados com descaso, principalmente os idosos e as pessoas com alguma dificuldade de locomoção e/ou com deficiência física, que apresentam algumas limitações.''

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